O prefeito de São Lourenço do Sul, Daniel Raupp, parece ter esquecido de
sua própria história. Não bastasse a falta de diálogo e atendimento as
necessidades dos funcionários municipais, o prefeito, agora, cortou o ponto dos
trabalhadores que participaram da manifestação dos motoristas e operadores de
máquinas, na manhã do dia 23 de dezembro.
Tal atitude, somada a informação de que neste governo não haverá abono
de falta para funcionários que participarem de manifestações, mostra um
desrespeito a sua história e uma posição de autoritarismo digno das piores
ditaduras que ainda sobrevivem mundo à fora e da qual os brasileiros até hoje
recordam com indignação. É tanta incoerência que chegamos a nos perguntar se
houve “autodesconto” no subsídio do prefeito quando participou das Marchas de
Prefeitos em Brasília?
Um ato como o do dia 23 de dezembro, não é apenas um direito garantido
em lei para os trabalhadores, mas também uma ferramenta preciosa da democracia
e da liberdade pela qual tantas pessoas lutaram para conquistar. Desde então, o
Sindicato dos Municipários de São Lourenço do Sul (Simussul), vem tentando, sem
qualquer tipo de resposta, garantir o abono das faltas dos cerca de 100
funcionários que participaram do ato em prol de melhores salários e melhorias
em suas carreiras. Além de não emitir qualquer resposta oficial, o prefeito
simplesmente descontou esta manhã dos salários, mostrando uma prática de
repressão jamais vista, inclusive não adotada pelo seu antecessor, Zé Nunes.
Uma atitude destas jamais poderia ser esperada de um cidadão que tem
toda sua carreira profissional e política construída na luta sindical e mais,
dentro do Simussul, quando lutou contra administrações passadas para que
atitudes absurdas como esta nunca ocorressem. E de fato, as administrações
anteriores, por mais que tivessem posições intransigentes, jamais agiram com
tamanho desrespeito como faz agora o prefeito Daniel Raupp, que, mais do que
desrespeitar antigos colegas de luta, a democracia, o livre direito de
manifestação e a política sindical, desrespeita sua própria história de vida. E
desrespeita, também compromisso de campanha, quando assinou, em frente a
categoria durante debate, termo de responsabilidade comprometendo-se em
reconhecer e respeitar o Simussul como única entidade representativa dos
interesses da categoria, dialogar e periodicamente receber diretores desta
entidade para tratar de assuntos de interesse da categoria. Esperávamos mais
coerência histórica do atual alcaide. Sempre pregamos o diálogo e a negociação
como o melhor instrumento para se chegar às melhorias que a categoria tanto
busca, mas nem sempre somos ouvidos pelo Governo, razão pela qual temos de
lançar mão desta ferramenta indispensável nas lutas que são as paralisações e
greves.
Não toleramos qualquer ato antisindical com
repressão a um movimento legítimo. Basta de Terrorismo de Estado.
Mas, continuamos abertos a negociação e aguardando que haja uma
retratação do Governo no sentido de reestabelecer essa injustiça, com a
concessão do abono dos dias de mobilização, sem quaisquer prejuízos na vida
funcional dos trabalhadores do setor público municipal.
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