segunda-feira, 10 de fevereiro de 2014

Ato antisindical da administração municipal

O prefeito de São Lourenço do Sul, Daniel Raupp, parece ter esquecido de sua própria história. Não bastasse a falta de diálogo e atendimento as necessidades dos funcionários municipais, o prefeito, agora, cortou o ponto dos trabalhadores que participaram da manifestação dos motoristas e operadores de máquinas, na manhã do dia 23 de dezembro.
Tal atitude, somada a informação de que neste governo não haverá abono de falta para funcionários que participarem de manifestações, mostra um desrespeito a sua história e uma posição de autoritarismo digno das piores ditaduras que ainda sobrevivem mundo à fora e da qual os brasileiros até hoje recordam com indignação. É tanta incoerência que chegamos a nos perguntar se houve “autodesconto” no subsídio do prefeito quando participou das Marchas de Prefeitos em Brasília?
Um ato como o do dia 23 de dezembro, não é apenas um direito garantido em lei para os trabalhadores, mas também uma ferramenta preciosa da democracia e da liberdade pela qual tantas pessoas lutaram para conquistar. Desde então, o Sindicato dos Municipários de São Lourenço do Sul (Simussul), vem tentando, sem qualquer tipo de resposta, garantir o abono das faltas dos cerca de 100 funcionários que participaram do ato em prol de melhores salários e melhorias em suas carreiras. Além de não emitir qualquer resposta oficial, o prefeito simplesmente descontou esta manhã dos salários, mostrando uma prática de repressão jamais vista, inclusive não adotada pelo seu antecessor, Zé Nunes.
Uma atitude destas jamais poderia ser esperada de um cidadão que tem toda sua carreira profissional e política construída na luta sindical e mais, dentro do Simussul, quando lutou contra administrações passadas para que atitudes absurdas como esta nunca ocorressem. E de fato, as administrações anteriores, por mais que tivessem posições intransigentes, jamais agiram com tamanho desrespeito como faz agora o prefeito Daniel Raupp, que, mais do que desrespeitar antigos colegas de luta, a democracia, o livre direito de manifestação e a política sindical, desrespeita sua própria história de vida. E desrespeita, também compromisso de campanha, quando assinou, em frente a categoria durante debate, termo de responsabilidade comprometendo-se em reconhecer e respeitar o Simussul como única entidade representativa dos interesses da categoria, dialogar e periodicamente receber diretores desta entidade para tratar de assuntos de interesse da categoria. Esperávamos mais coerência histórica do atual alcaide. Sempre pregamos o diálogo e a negociação como o melhor instrumento para se chegar às melhorias que a categoria tanto busca, mas nem sempre somos ouvidos pelo Governo, razão pela qual temos de lançar mão desta ferramenta indispensável nas lutas que são as paralisações e greves.
Não toleramos qualquer ato antisindical com repressão a um movimento legítimo. Basta de Terrorismo de Estado.
Mas, continuamos abertos a negociação e aguardando que haja uma retratação do Governo no sentido de reestabelecer essa injustiça, com a concessão do abono dos dias de mobilização, sem quaisquer prejuízos na vida funcional dos trabalhadores do setor público municipal.


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